sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Graça de um Herege

                                   http://rollingstone.com.br/edicao/56/a-graca-de-um-herege

"A plateia se revela uma entidade ainda mais indecifrável do que os humoristas”

          Uma das melhores constatações ditas por Rafinha Bastos nessa entrevista. Impossível não concordar. Duvido quem não riu depois do Rafinha Bastos fazer aquela piada infame sobre a Vanessa, mas no outro dia com a mesma asneira de quem não raciocina, se rendeu a polêmica causada e inflamada pela imprensa, que em sua maior parte o odeia.
            Entendam que estou imbecilizando a polêmica em torno da piada não a piada em si (que por sinal foi de péssimo gosto). E depois de ler os absurdos sobre ele e dele, e ler essa reportagem, vi que ele ao dizer o que diz não quer se popularizar, pois ele já foi popularizado por meio de uma sociedade que se diz livre, democrata e (des)preconceituosa.
            Cada um carrega de forma velada seus próprios preconceitos, o Rafinha e outra penca de humoristas críticos usam a piada para que tenhamos a oportunidade de exorcizar nossos preconceitos usando-a como desculpa. Não há piada sem esbarrar em tabu. É claro que me é dado o direito de aceitar o RB ou não, mas jamais de refutar o que não é meu. Eu ignoro aquilo que eu conheço. Tento escapar de um grupo ideológico, do qual eu faço parte sim, senão por que eu rio e desregradamente o chamo de imbecil?
            O que mais me preocupa é saber que a maioria das opiniões se fazem após o que a TV prega e, definitivamente, quem só é influenciado pelo que a TV dita, não é uma pessoa de opinião.
            Tem temas que nos fazem rir como piadas contra loiras, mas há aqueles que nos chocam porque a TV achou isso um absurdo, como a “polêmica” frase dita por ele e a piada sobre o estupro. RB assumiu sua opinião e foi egocêntrico como poucos de nós temos coagem de assumir ser. Ele fez o mesmo texto sobre estupro e sobre a Vanessa em seu show e todos riram, morreram de rir, não havia jornalistas para criar a polêmica. Ou a proibição da câmera dava lugar para a permissão do pensar livremente?
            Só sei que ele experimentou, não teve medo, ou como ele diria ele foi pro foda-se e se disse para quem quiser engoli-lo ou não. Mas para quem não o engole, ele diria: FODA-SE!
"A minha comédia não é feita pra todo mundo, véio. E eu não quero que seja. Até agora eu cheguei assim. Eu não preciso popularizar a minha comédia",

2 comentários:

  1. Vale muito a pena ler a entrevista. Já vi e conheci muitas pessoas que sempre deram a cara para bater, mas como Rafinha talvez não conheça igual. Fez um comentário infeliz? Fez. Mas isso não reduz a criticidade que ele carrega e que acho incrível.

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  2. É uma entrevista para ler, degustar e pensar quem é o polêmico: o que rir ou o que faz a piada!

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